Muitos saberão que eu tenho o vício da genealogia. Para os que pública ou discretamente o partilham, deixo uma informação útil. Os 12 volumes da obra Portugal Antigo e Moderno – de Pinho Leal foram digitalizado pela Universidade de Toronto. Também o Portugal Sacro -Profano, de Paulo Dias de Niza foi digitalizado. Estes são catálogos de todos os povoados Portugueses à data da sua escrita, e que são A informação de referência para quem saber em que Portugal viveram os seus antepassados.
Com uma indústria crescente de turismo, e uma diáspora Portuguesa tão espalhada no espaço e no tempo, imagino que ideias de negócio ligadas à ancestralidade Lusa terão grande potencial. A minha experiência no novo mundo é que há uma grande sede de conhecer as origens, de descobrir raízes… saber, conhecer, conectar, visitar. Para os que se quiserem aventurar neste mundo, estes livros são recursos importantes. Para além deles, muita da informação útil está disponível online, por exemplo os registos paroquiais e os da Inquisição, ou em arquivos de consulta pública. Outras plataformas pagas, por exemplo do Ancestry.com ou MyHeritage tem também informação útil. Mas tenho ideia que este espaço de negócio, específico para a ancestralidade Lusa, está por criar, não obstante o enorme esforço do Geneall que é o único recurso que conheço para a Genealogia Portuguesa, mas que é tecnologicamente incipiente.
Não querendo aqui discutir em que consistiria uma plataforma tecnológica para a a genealogia Lusa e como a monetizar – discussão interessante mas para outros contextos – reflito apenas que do lado da genética, área que me é mais próxima, há trabalho importante para fazer. Fiz recentemente um teste do MyHeritage e não obstante ter encontrado alguns familiares distantes com quem troquei informação, o mapeamento no tempo e no espaço do nosso genótipo está muito limitado pela falta de dados de referência – genótipos associados a árvores genealógicas sólidas e mapeamentos geográficos e temporais precisos. Também fico com ideia de que para criar estes recursos não são necessários enormes investimentos…
Fica a ideia, espero que inspire discussões e que alguém se chegue à frente – eu serei certamente cliente e estou muito disponível para ser um early adopter! (e a doar dados!!)